II – A formação como estratégia para mudança 02: PORQUE FAZER FORMAÇÃO

 

«Quem faz já sabe, mas quem

pensa sobre o que faz, faz melhor»

(Ranulfo Peloso da Silva – educador popular).

A vida é uma grande escola sendo que a sabedoria e o conhecimento não vêm somente do estudo acadêmico, ou seja, vem também da reflexão sistematizada sobre a prática. O conhecimento histórico que vem sendo repassado através das gerações é chamado de conhecimento tradicional. Diante dos atuais desafios que o mundo enfrenta, imagina-se que a saída esteja na junção e complementaridade entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento tradicional.

A Serra Acima tem na formação e organização sua estratégia de atuação principal, e para isso acredita nas pessoas e na capacidade das pessoas, e acredita na necessidade de ampliar o conhecimento e o senso crítico. Sabe-se que as pessoas foram “enquadradas”, ou seja, ensinadas a ver o mundo e também a entender as relações a partir da lógica de um sistema capitalista, que se fundamenta na competição e na acumulação, gerando crescentes problemas sociais e ambientais. Assim investe na transformação das relações entre as pessoas e das pessoas na natureza, buscando sair de uma relação negativa para uma interação positiva.

«É humano escolher o melhor para si e para os seus, mas para isso é necessário conhecer bem todas as possibilidades e opções».

O momento exige mudanças econômicas, sociais e ambientais, a formação é o caminho para a mudança necessária. A mudança depende de conhecimento e de decisão. Para fazer a melhor escolha é preciso conhecer as possibilidades e entendê-las. Deveria ser assim na política, na orientação do desenvolvimento e também na decisão sobre a proposta para o campo.

É necessário reforçar o «protagonismo popular» que significa o poder das pessoas de tomar decisões, coordenar e realizar ações, porque: «Todo ser em sí, possui o dom de ser

capaz e ser feliz» (Renato Teixeira em Tocando em Frente)