MENOS LIXO NA VIDA PARA UMA VIDA QUE NÃO É LIXO

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Na natureza tudo se encaixa nos ciclos da vida. Um galho, uma folha, um animal, qualquer outro ser ou resíduo, quando morre ou aparentemente sobra, vai servir de alimento para outros seres dentro do sistema. Nada se perde, tudo se transforma em alimento e energia. Dessa forma, ao passar do tempo, o sistema evolui porque aumenta a energia acumulada e qualifica os ciclos de nutrientes, e com isso aumenta e qualifica a biodiversidade vegetal e dos seres vivos, tornando o sistema cada vez mais fértil.

Além de criar materiais tóxicos e nocivos à natureza e à vida, os seres humanos acham que as coisas perdem função aquilo que perdeu a função inicial ou que não nos serve mais é lixo. Isso acontece porque “o humano” está se distanciando cada vez mais dos ciclos da vida. Portanto é um grande desafio restabelecer a nossa relação na natureza, até mesmo para nossa própria continuidade e qualidade de vida.

O debate da ecologia já está cada vez mais presente, mas na maioria dos casos as soluções propostas para resolver os problemas, diante do grande conjunto de dificuldades sócio-ambientais que se apresentam são “paliativas”. Ou seja, não resolvem o problema e muitas vezes nem sequer são suficientes para amenizá-lo. A ineficiência se agrava quando as campanhas publicitárias, ao invés de conscientizar, desviam as atenções do verdadeiro problema.

O recolhimento, a separação e muito mais a reciclagem do lixo são responsabilidades fundamentais. Porém o problema central para a superação deste desafio não se resume ao fato do lixo estar misturado ou na pouca reciclagem, mas sim na diminuição da produção de lixo. A produção de lixo aumenta a cada dia, isto significa mais problemas ambientais, energéticos, econômicos…

Não há como negar a nossa condição como parte da natureza. Se a ignoramos enquanto estamos vivos, quando morremos, literalmente seremos re-incorporados nela. “Do pó viestes, ao pó voltarás”.

São os princípios da natureza que regulam toda a evolução dos sistemas. Estes princípios são muito fortes e se aplicam inclusive sobre a espécie humana, que mesmo com todo o conhecimento e tecnologia não consegue segurar e concorrer com a natureza.

Portanto a sustentabilidade somente será possível quando os princípios da natureza forem respeitados e incorporados nas tecnologias.

O campo não gera lixo, com exceção do lixo que vem de fora da unidade de produção. Os resíduos e sobras do campo são orgânicos e podem ser transformados em adubo.

Porém quando o material orgânico não é devidamente tratado pode sim poluir e contaminar o solo e as águas, principalmente no caso dos dejetos animais.

Esses dejetos podem ser coletados e utilizados de várias formas, e em algumas situações distribuído diretamente nas lavouras, como no caso da aplicação em áreas com adubação verde em desenvolvimento.

A compostagem é uma prática muito aconselhada para o aproveitamento dos resíduos orgânicos para áreas de hortaliças.

A Serra Acima tem incentivado a prática da compostagem nos bairros de Cunha e Região.

É necessário mudar os hábitos de consumo – leve a sacola – compre direto dos produtores – consuma produtos ecológicos …

É necessário rever nosso conceito de lixo – e perceber as sobras como matéria prima para re-alimentar os ciclos da vida, e aumentar a fertilidade dos sistemas.

Conheça e pratique a agroecologia, pois é uma forma de fazer agricultura respeitando e colaborando com a natureza, é a junção da agricultura com a ecologia.