Dia da Terra, 22 de abril, é celebrado durante os eventos do 21º Festival do Pinhão
Este sábado 22 de abril coincidiu com a celebração mundial do Dia da Terra.
Em Cunha, SP, os que trabalham diretamente com a Terra – como agricultores que geram alimentos e
ambientalistas que protegem o planeta – tiveram uma abordagem prática e metódica: sublinhar a
importância da semente, símbolo da vida. O evento promoveu a conservação, o uso e a distribuição de
sementes crioulas para que a população local tenha uma alimentação mais saudável.
A 11ª Feira de Troca de Sementes Crioulas e Mudas foi realizada com sucesso em Cunha, reunindo cerca de
500 participantes que se deslocaram de 31 bairros vizinhos e 33 municípios da região para permutar
sementes, grãos, hortaliças, mudas, estacas e tubérculos. Técnicos do evento identificaram que 153
variedades de espécies agrícolas, florestais e adubadeiras foram expostas sobre os longos e multicoloridos
tecidos chita que adornavam a calçada em frente à Igreja Matriz da cidade.
A espécie que mais luziu no encontro foi o pinhão, produto do pinheiro-brasileiro, a Araucaria angustifolia.
Sementes, mudas e pinhas inteiras foram objeto de trocas animadas entre agricultores tradicionais e os
chamados novo-rurais, que recentemente trocaram suas moradas urbanas por uma vida mais saudável no
campo.
Alguns pinhões também brilharam no palco, resultado do concurso organizado pela Feira. A agricultora
Lucimeire Alves de Toledo ganhou o Primeiro Lugar da competição “Maior Pinhão de Cunha” ao trazer do
bairro Vargem Grande uma semente que pesou 16 gramas e recebeu troféu e prêmio em dinheiro. O segundo
maior pinhão, com 15 gramas, veio da propriedade de Ana Paula Barros Moura no bairro do Paraibuna, e o
terceiro, com 14 gramas, chegou pelas mãos de João Marcos Monteiro do bairro Sertão de Santa Bárbara.
O evento também foi rico em palestras, oficinas e trocas de informações realizadas em três locais diferentes.
Nesse ano, como a Feira de Troca de Sementes foi realizada dentro do contexto do 21º Festival do Pinhão de
Cunha, grande parte das apresentações enfocaram o pinhão. Os temas escolhidos foram os valores
econômicos, culturais, ambientais e nutricionais da semente da araucária, assim como os saberes culinários
que usam o pinhão em receitas de bolos, pães e sopas locais.
No Vale do Paraíba, Cunha foi a pioneira na criação dos encontros de trocas: sua primeira feira de sementes
ocorreu em 2010. “Neste ano, o objetivo foi promover o incentivo do plantio da araucária e reafirmar os
valores dessa espécie icônica para a comunidade local. Também proporcionamos um importante espaço para
a troca de sementes, após a colheita de verão”, disse Jessica Marques, presidente da organização
socioambiental SerrAcima. “Nosso objetivo foi atingido, pois coletores e guardiões de sementes puderam se
reunir para celebrar a diversidade. Participar dessa feira foi a melhor forma de celebrar o Dia da Terra e a
safra do Pinhão!”.
O evento foi promovido pela organização SerrAcima, em parceria com organizações locais como APAC,
BioCunha, AMPRASP, CATI, Parque Estadual da Serra do Mar, Pastoral da Ecologia, Instituto de Pesquisas
Ambientais de SP e Ecomunidade Bem Viver, além do apoio da Prefeitura Municipal de Cunha e da Câmara
de Vereadores do município.
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