2017 traz como tema de nossa feira “SOBERANIA ALIMENTAR, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: SEMEANDO PARA FUTURAS GERAÇÕES” e durante a feira teremos uma roda de conversa com a participação da Associação Paulista de Saúde Pública – Núcleo Vale do Paraíba para abordar as relações entre saúde e a qualidade dos alimentos que consumimos.
Alimentação saudável: A alta contaminação de alimentos por agrotóxicos (pelo quinto ano consecutivo o Brasil foi campeão mundial no uso de agrotóxicos, tendo consumido 7,2 kg per capita em 2014) e a redução na diversidade de alimentos ofertados são problemas extremamente graves, ambos impactando diretamente na soberania e segurança alimentar da população brasileira. Somam-se ainda os altos níveis de contaminação sofridos pelos agricultores e agricultoras no manejo de agrotóxicos.
A agroecologia é uma proposta de intervenção humana no ambiente baseada no manejo ecológico dos agroecossistemas, viável economicamente e justa socialmente. Na contramão do agronegócio, que visa produtividade e lucro de curto prazo, qualquer custo, a agroecologia parte de diferentes experiências locais para a construção de sinergia da produção com a conservação dos recursos naturais, da biodiversidade, da cultura e da identidade locais. A agroecologia pensa a produção de alimentos em benefício da saúde tanto das famílias produtoras como dos consumidores.
As práticas agroecológicas estão inspiradas no funcionamento sistêmico da natureza (ciclagem de nutrientes, sucessão natural, produção de biomassa, controle natural de pragas etc.), entendendo que as unidades produtivas familiares funcionam como um sistema vivo e integrado, com o máximo de aproveitamento dos recursos naturais disponíveis nas propriedades das famílias e uso mínimo de recursos externos ao sistema.
A transição agroecológica é um processo que envolve um conjunto de mudanças gradativas no manejo da produção e do ambiente como um todo, que gera sua sustentabilidade e enriquecimento por meio da redução gradual – até a eliminação – da dependência de insumos químicos sintéticos como agrotóxicos e fertilizantes, de monoculturas, do uso de sementes e plantas geneticamente modificadas (transgênicos), entre outras práticas da agricultura convencional que degradam o solo e os recursos naturais. O emprego dessa visão integrada tem sido responsável pela permanência de muitas famílias em suas terras porque viabiliza renda, qualidade de vida e valorização das pessoas que vivem no meio rural, com atenção prioritária para grupos mais vulneráveis como mulheres e jovens.
Durante a mesa de abertura iremos celebrar o início da troca de sementes crioulas e mudas!
Sementes crioulas são as que foram mantidas e selecionadas por agricultoras e agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais. Fruto deste trabalho milenar, as sementes crioulas são patrimônio da humanidade. Fazem parte da identidade cultural e da garantia da soberania e segurança alimentar dos povos, que devem ter assegurado o direito de cultivar e produzir as próprias sementes. Ao longo do tempo foram selecionadas e adaptadas aos ambientes locais, sendo mais resistentes e menos dependentes de insumos, contribuindo para a diversidade alimentar e a biodiversidade dos agroecossistemas. Elas guardam em si a riqueza natural das nossas terras e, por isto, devem ser preservadas e disseminadas. Os objetivos das feiras de trocas de sementes crioulas são principalmente: informar e conscientizar as pessoas sobre a importância destas sementes e garantir a sua preservação e propagação.
Após as trocas será oferecido entretenimento cultural com apresentação de grupos da região.