O MUNICÍPIO DE CUNHA

Bacias hidrográficas no município de Cunha, estradas e Unidades de Conservação

Localiza-se no Alto Vale do Paraíba, região serrana onde nascem os rios Paraibuna e Paraitinga formadores da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. É considerado um berço das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e compreende remanescentes importantes de Mata Atlântica protegidos em unidades de conservação (Parque Nacional da Serra da Bocaina e Parque Estadual da Serra do Mar).

Apesar de sua vocação para a produção de águas, Cunha apresenta grandes áreas com perda de solos (CBH-PS, 2017) e a maior parte do seu território é coberta por pastagens em diversos estágios de degradação, correspondendo a 67% da zona rural (Ribeiro, B.P.; Ribeiro, F.; Ribeiro L.M., 2017). Tem uma área de 1.407,250 km2 e uma população de 21.373 habitantes – sendo 46% na área rural – em sua maioria pecuaristas e agricultores familiares, proprietários de minifúndios. As pequenas e médias propriedades, as quais correspondem a quase 90% do registro fundiário no município (IBGE, 2020).

O município apresenta um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) de São Paulo, ocupando a 617ª posição no ranking estadual (IBGE, 2020). Em termos de atividade econômica e ocupação do solo, há predominância da pecuária extensiva voltada à produção de leite e da agricultura convencional, baseados na utilização de insumos químicos, exploração e degradação dos recursos naturais e geradores de processos erosivos, perda de biodiversidade, desproteção e poluição dos cursos de água. Esses usos degradantes do solo no relevo declivoso das serras e mares de morros comprometem as áreas de recarga e desprotegem nascentes e matas ciliares, comprometendo a qualidade e a quantidade das águas.

Para pequenos proprietários, em especial as/os agricultores familiares, os processos produtivos convencionais vêm se tornando insustentáveis, verificando-se desagregação sociocultural e falência econômica, com intensificação do êxodo rural e da migração para o centro urbano e para as periferias dos centros industriais do Vale do Paraíba, particularmente da população jovem. Nesse contexto, o fomento à produção agroecológica e integrada a Sistemas Agroflorestais vem ganhando grande relevância como alternativa sustentável para a permanência e geração de renda no campo.

Os serviços e o turismo são atividades econômicas crescentes, ocupando um espaço cada vez mais importante na geração de renda para a população local e para migrantes em busca de oportunidades de negócios e qualidade de vida.