A SerrAcima – Associação de Cultura e Educação Ambiental é uma OSCIP que contribui para o desenvolvimento do município de Cunha e região, com base na inclusão social, garantia de direitos e equidade social, agroecologia, fortalecimento da agricultura familiar, conservação, recuperação do meio ambiente e apoio à educação e resgate da cultura em seus aspectos mais amplos.

Com patrocínio do Programa Petrobras – Desenvolvimento & Cidadania e em parceria com as famílias agricultoras agroecológicas de Cunha, foi iniciada a terceira fase do projeto, com o objetivo de desenvolver a capacidade empreendedora de agricultoras e agricultores familiares em situação de vulnerabilidade social no Vale do Paraíba, através de iniciativas que promovam soberania e segurança alimentar e gerem renda e oportunidade de trabalho para 100 famílias, beneficiando diretamente cerca de 300 pessoas.

Nas duas etapas anteriores – que envolveram cerca de 400 pessoas – os cursos de agroecologia, as reuniões, os encontros de trocas de experiências e material genético, os mutirões de manejo e a criação da feira agroecológica, possibilitaram a experimentação de práticas agroecológicas, aumentar a diversidade e a produção agroecológica de alimentos, ampliar a garantia da segurança alimentar e nutricional das famílias  e consumidores locais e a interação e troca de experiências entre as famílias agricultoras.

A organização comunitária e a conquista de novos mercados ampliou a renda e levou o Grupo de Agricultores Agroecológicos de Cunha, acompanhado pela SerrAcima, a ser reconhecido e cadastrado pelo  Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como Organização de Controle Social (OCS), responsável pela garantia da qualidade e pela venda direta ao consumidor de produtos orgânicos, sem intermediários.

Hoje, 15 das famílias parceiras de SerrAcima comercializam seus produtos na Feira Agroecológica de Cunha e Campos Novos. Mais de 80 toneladas de alimentos sem agrotóxicos ou insumos químicos foram comercializadas na feira e destinadas à alimentação escolar do município de Cunha (via PNAE), desde o início do projeto. Entre os resultados da fase anterior do projeto destaca-se também a construção de uma cozinha agroindustrial, para qualificar, através de boas práticas, o manuseio e o beneficiamento dos alimentos.

A construção do conhecimento a partir do diálogo de saberes, a consolidação do aprendizado e o fortalecimento das organizações comunitárias, são algumas das estratégias do projeto para garantir a estruturação de unidades familiares agroecológicas e a criação de um circuito de troca de conhecimentos e de comercialização. O capital social e as experiências das etapas anteriores serviram de base para consolidar os acúmulos e ampliar os resultados alcançados para novas famílias na nova fase do projeto.

Nossos objetivos para 2014 e 2015 foram aperfeiçoar os resultados, enfrentar as dificuldades encontradas e fortalecer o movimento de superação da pobreza e do imobilismo social, através da promoção da agricultura familiar sustentável baseada na agroecologia; ampliação do protagonismo das famílias envolvidas; fortalecimento e organização de mulheres e jovens que contribuam na construção de relações com equidade de gênero e geração; gestão participativa; estimulo à formação e capacitação de novas famílias e grupos; criação e fortalecimento de espaços solidários de trocas entre as novas famílias agricultoras e os agricultores já em processo de transição para a agroecologia; verticalização da produção; além de expandir o trabalho para a região, sensibilizando novas pessoas para a proposta e ampliando a interlocução com os consumidores e sociedade em geral.

Os desafios da transição de uma agricultura dependente de insumos químicos e venenos para a agroecologia vão além de dificuldades técnicas e de manejo, eles incluem uma mudança na nossa concepção de sociedade, justiça nas relações e responsabilidades ambientais e sociais. Aprofundar o conhecimento da sociedade sobre conceitos como biodiversidade, soberania e segurança alimentar, economia solidária e agroecologia pode ser o caminho para iniciar esta mudança.

Nosso desafio:

O desenvolvimento rural sustentável nos seus aspectos sociais (combate ao êxodo rural, inclusão social e garantia de direitos), econômicos (segurança alimentar, geração de trabalho e renda para as agricultoras e agricultores familiares) e ambientais (proteção das nascentes e recuperação da Mata Atlântica).

Nossas estratégias:

– Utilizamos a Agroecologia como princípio orientador de uma visão integrada das unidades familiares enquanto locais de produção para autoconsumo e venda, de conservação e recuperação ambiental, de convivência social e manifestação cultural;

– Reduzirmos gradualmente a dependência de insumos de síntese química, diminuindo custos, minimizando impactos ambientais e contribuindo com a saúde do agricultor e dos consumidores;

– Ampliarmos a interação com os consumidores, potencializando a participação em espaços públicos de incidência e o resgate de saberes e conhecimento das famílias envolvidas no projeto.

Caderno de resultados deste projeto