I – Práticas agroecológicas básicas 01: MANTER O SOLO VIVO

O número de seres vivos, principalmente microorganismos, dentro do solo pode ser maior do que sobre o solo, mesmo em uma floresta. Esses seres vivos do solo é que fazem todo o sistema funcionar, reciclam a matéria orgânica, são responsáveis pelos ciclos dos nutrientes, ajudam as plantas a absorver os nutrientes, mantém e aumentam a fertilidade, constroem e mantém a estrutura do solo. São eles que fazem o solo, são como o fermento no pão, se o fermento não funcionar, o pão não se forma.
Nas práticas estimuladas na iniciativa do Serra Acima, a recuperação e proteção dos solos estão entre as prioridades maiores, porque a vida e estrutura dos solos estão muito destruídas e a fertilidade está muito baixa. Dentre as práticas propostas está a adubação verde e cobertura dos solos.
Quando um solo está sem vida e conseqüentemente sem estrutura ele já não consegue mais produzir. Nessas condições são possíveis dois caminhos: – utilizar adubos químicos e agrotóxicos que prejudicam ainda mais a vida do solo, – ou alimentar a vida e recompor a fertilidade e estrutura do solo.
O modelo agroindustrial da revolução verde tenta substituir e concorrer com a natureza, tentando neutralizar as suas forças, e com isso destrói cada vez mais.
Na agroecologia o desafio é colaborar com a natureza e utilizar suas forças na produção, recuperação da vida do solo e recomposição da fertilidade natural.
Mas a reconstrução da fertilidade de um sistema leva certo tempo, por isso é necessário construir um plano de transição que contemple a introdução de novas práticas e, diminuição e substituição crescente das práticas que destroem e matam.

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